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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Dois anos atrás comecei num emprego novo, mas esse texto nao é sobre isso!

Meu primeiro emprego e trajetória no Banco do Brasil

Meu primeiro emprego e acho que deva ser o mais duradouro da minha vida foi no Banco do Brasil.

Até 2005 eu trabalhei em agências bancarias majoritariamente como caixa, atuando na retaguarda do atendimento, quase nunca atendia clientes, trabalho rotineiro, repetitivo, operacional puro, sem grandes variações das tarefas, eu adorava! Meu horario de trabalho foi diferenciado por muito tempo, conseguia fazer a faculdade de manha, trabalhava a tarde e de noite voltava pra faculdade. Teve um ano que deu ruim esse esquema porque teve apagão de energia eletrica e resolveram que os bancos iam abrir as 9 da manha, ai dancei, nao teve jeito, a agencia ia fechar as 5 e eu tinha que entrar no máximo as 11, deixei de fazer algumas matérias que estavam no gatilho naqueles 2 semestres. Tirando esse periodo do apagão, no geral foi esse o esquema durante a faculdade.

Eu morava com o Boy desde que entramos na faculdade em 98, mas a gente colava direto no ap do Poin, do Guidi e do Matheus porque lá ficava o video cassete, o computador e posteriormente o DVD que lembro como se fosse ontem o dia que fomos comprar ele no Carrefour da Dom Pedro, paguei com carnê! Grana sempre foi bem regrada, minha mae ajudava com o aluguel e o condominio (eu acho, nem lembro mais direito, ela pagava direto pra mae do Boy), seu Irá longe disso, desde que me lembro por gente finanças nunca foi o forte dele, depois de velho uma vez conversando com ele, ele acha que nunca na vida gastou menos do que ganhava, seu Irá aparecia de vez em quando sempre pedindo uns cheques pra rolar alguma divida e pra eu comprar um carrinho financiado no meu nome pra ele, que ele ia pagar e tals, igual os cheques que nao iam voltar, mas enfim eu ficaquei fugindo do oficial de justiça por algum tempo... sapeca queria tomar de volta pro banco só porque seila pagou só as 3 primeiras parcelas, esse aqui deu pano pra manga e no final das contas minha mae que me salvou dessa, tipo acordo com advogado e tudo certo, foi por pouco que nao me mandaram embora do banco nessa época, afinal de contas era justa causa funcionario com descontrole de financas com cheque devolvido, nome no CCF, SPC, Serasa, dureza, bom que nessa época era tanta coisa acontecendo junto que nem dava muito tempo pra pensar na zona que ficou minha vida financeira por alguns anos.

Sei que em 2002-2003 a gente mudou de apartamento e foi morar junto com o Tadashi e o Marcelo ali no Primavera, nessa época minha mãe parou de ajudar com as contas. Mas tenho que deixar registrado que ela sempre falou pra eu largar o banco e fazer estagio, depois pra fazer trainee, de largar por largar e tentar trabalhar com outra coisa, mas nunca deu certo, sempre que tava nos finalmentes rolava um, veja bem... coisas da vida.... Em janeiro de 2004 fui morar com a Ju, voltando pros estudos....eu me formei em Engenharia Química aqui na Unicamp no meio do ano, não posso afirmar que nunca trabalhei na área, afinal de contas fiz estagio na ACME, montamos uma fabrica de rodinhas de skate do zero, compramos uma de shapes... então um pouco de experiência posso dizer que tive, mas foi bem pouco.

Bom, a vida era bem corrida nessa época, lembro que eu estava tocando a fabrica, fazendo MBA, ingles, mestrado e graduação tudo junto, o ano era 2005.

O emprego no banco sempre me pagou o suficiente pra eu nao conseguir sair dele!

Quando fui atrás de estágio bateu o desespero, sem estagio nao me formava e com estagio as contas nao fechariam.... A solução foi arrumar um bem bolado nas ferias e finais de semana, pro bono, com objetivo claro de estagiar as horas necessarias para cumprir os requisitos da faculdade, o estágio foi bem da hora, aprendi um mundo novo, o mundo do poliuretano e devo dizer foi nele que tive a ideia pra montar a fabrica de rodinhas pouco tempo depois.

Os programas de trainee eram bem interessantes, mas sou totalmente avesso a processos seletivos, tenho sérias limitações, lembro de ficar extremamente ansioso, tinha tremores, falta de ar, as mãos suavam, gaguejava, era um show de horror pra mim, simplesmente nao consigo participar de dinamicas de grupo e todo o teatro envolvido, lembro de ter comentado isso no discurso da formatura. Cheguei a ir embora no meio de uma dinamica de grupo que um ser ia ser o tubarao e os outros nadariam no chao fugindo dele...Enfim, cheguei a participar de alguns processo de trainee, mas em virtude do exposto acima, dificilmente passaria, e mesmo se tivesse dado bom, talvez nao desse pra encarar 'largar o banco', o salario no banco e o do trainee, com rarissimas exceçoes eram iguais, sem falar que a fábrica ja estava rodando e um trabalho em tempo integral ia complicar bastante o fino ajuste das engrenagens da minha vida.

Quando fui fazer mestrado ai foi desesperador, a bolsa era algo em torno de 1/5 do meu salario, abdiquei da bolsa e continuei trabalhando no banco, resignado.

Ai no final de 2005 uma reviravolta.

Eu tinha feito um processo seletivo, viajei até curitiba pra participar (aproveitei e visitei o Jean na ocasiao), pra ir trabalhar com computação, la em Brasilia na diretoria de tecnologia, nesse processo era tipo pra habilitar a gente pra poder ir, se tivesse vaga e quando tivesse chamariam a gente, nao demorou nem 1 ano, a Paula ligou falando que eu ia e fiquei tao pasmo que sequer peguei os dados dela pra retornar com duvidas e tals, foi só aguardar e um dia chegou a convocação.

A Ju ainda tava fazendo residencia, eu tava fazendo a graduacao em quimica, o mestrado em degradação de polimeros, o MBA na FGV de executivo em financas pelo banco e a fabrica quase engrenando, tudo indicava que eu continuaria estudando, tocando a fabrica e esperando um dia poder 'largar' o banco e ficar só com a fabrica ou mesmo virar professor, seila, nao tinha um plano, tava seguindo na inercia do que foi acontecendo.

Resumindo objetivamente o que aconteceu, a Ju descolou uma republica pra eu morar lá no Cruzeiro até ela terminar a residencia e ir pra la morar junto comigo. Me mudei com o Uninho abarrufado de coisas, a Ju foi meses depois com a mudança de caminhao que acabamos deixando num guarda moveis, que me protestou uns boletos na louca e quase me fez perder o trampo, mas assim que descobri os caras resolveram. Voltando, compramos um AP sem ver, antes mesmo de ir pra Brasilia, só tinha umas fotos no site da cooperativa e vamos lá, vai dar, vendemos o Palio e demos a entrada. Era pra entregar seila em maio mas atrasou coisa de um ano, um ano e meio, a Ju arrumou emprego em formosa, mudamos pra lá, de formosa pra brasilia era coisa de 70km, demorava uma hora pra ir pro serviço e umas 2 pra voltar. Era bem corrido, mas tava valendo. As vezes eu ia de carro, poucas, na maioria das vezes era de onibus mesmo, que o banco até ressarcia, sabe-se la como mas pagava. tinha mototaxi por la, anos luz a frente do seu tempo, agora 2025 que ta bombando os uber moto e o 99 moto.

Bom, ai nesse meio do caminho acabei deixando mao da quimica, da fabrica, de virar professor, da engenharia e acabei virando domador de dinossauros, quer dizer, eu virei um programador Cobol!... Trabalho esse que me acompanhou por mais de uma década, até que fui trabalhar no Original e nunca mais programei nada e virei meio que um analista de negocios, funcional, seila que raio de nome que tinha, o que eu fazia era deixar o sistema de compras e saques com cartao funcionando!

E foi isso ai.

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

The End of an Era - Last Mainframe Shutdown at Petrobras

Resumo: Buga comenta a desativação do mainframe da Petrobras há um ano, discutindo COBOL, legado, tentativas de migração e o futuro dos mainframes no setor bancário.

Desligando o Mainframe da Petrobras: Reflexões sobre Legado e Tecnologia

Há 1 ano a Petrobras tirava de operação seu mainframe!

Contexto e Histórico

Desde que comecei a trabalhar com cartão de crédito ouço falar que o mainframe está morrendo.

Existiram algumas tentativas em meados de 90 que deram em nada, quer dizer, giraram a economia, mas não atingiram o resultado pretendido. De uns 10 anos pra cá está rolando uma conversão automática de código COBOL pra Java, a própria IBM e no momento a Kyndryl tem projetos e oferece mão de obra e serviços para essa demanda, mas, na real, não funciona satisfatoriamente. A Cielo chegou a comprar um adquirente americano que rodava fora do ambiente mainframe pra incorporar a tecnologia, mas não deu certo.

Tentativas de Migração e Limitações

O que vai acabar com o mainframe não são as novas tecnologias, longe disso, até porque a maioria das tecnologias disruptivas que vemos atualmente nada mais são que usos de ideias e conceitos que já existem nos mainframes há décadas, mas isso é discussão acalorada e pra outra ocasião.

Atualmente, no setor bancário/cartão só existe 1 pilar que ainda sustenta o mainframe vivo, o legado!

De um sistema aqui, outro ali, vão migrando, convertendo, desligando algumas siglas, criando um novo sistema em baixa plataforma pra prover a mesma solução, movimento esse que nunca entendi creio que é mais seguir a onda, não ficar para trás porque tem gente fazendo assim preciso fazer também. Igual tantas outras modas como as metodologias ágeis ou ainda tentar aplicar testes de completude ou automatizados, que sequer fazem sentido pro COBOL.

Voltando ao legado, dependendo da aplicação, não dá pra reescrever, seja automaticamente ou não, não há pessoas que embarquem na ideia, o risco é inaceitável.

O Futuro dos Mainframes

Daria pros bancos continuarem pro resto da vida trabalhando com mainframes, sério!

O mainframe se adaptou, evoluiu mas demorou muito pra levar isso aos clientes, a IBM errou e errou feio ao não mudar seu modelo de negócio, restringir o acesso a tecnologia ao invés de incentivar como todos os players da computação em nuvem sempre fizeram, enfim agora é tarde, o estrago já foi feito e é irreparável.

O IBM mainframe continua evoluindo, o hardware está no limiar da tecnologia atual, os compiladores estão mais robustos e otimizados, os gerenciadores de transações, seja ela o tupiniquim GRI do Itaú Unibanco e do Banco do Brasil CICS continua uma obra de arte o IMS idem, seu banco de dados, o DB2 nem se fala e o Z/Os, seu sistema operacional é um espetáculo à parte!

O que decretará o fim da computação centralizada em hardwares Z da IBM será a migração de saldos, mas isso vai demorar um bocado, se é que acontecerá de verdade. Ainda não vi movimentação grande de nenhum banco nesse sentido (banco aqui leia-se, Santander Brasil, CAIXA, Banco Bradesco, Itaú Unibanco e Banco do Brasil).

Longa vida ao mainframe!

Escrito e revisto meia boca, porque to na hora do almoço!

Foto com a tela de shutdown do mainframe da Petrobras
Figura 1: Desligando pra sempre o mainframe da Petrobras

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Quando eu passei duas vezes no concurso do Banco do Brasil

E não é que eu nem lembrava que tinha passado duas vezes no concurso do BB ?!?!!?!

O site que mostra a aprovação é o

https://www37.bb.com.br/portalbb/resultadoConcursos/resultadoconcursos/arh0_lista.bbx?cid=730565

Captura de tela de minha dupla aprovação no Banco do Brasil
Figura1: Aprovado no BB duas vezes!

O texto que escrevi ta aqui embaixo,... -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------...

Ia ser uma publicacao normal, mas nao rolou porque passa da quantidade de caracteres que a plataforma do linkedin permite...

A Ju conversou comigo hoje cedo sobre sair de um emprego e depois voltar pra ele, acabei divagando aqui na conversa e me afloraram algumas memorias que vou registrar pra não esquecer.

Consegui lembrar que vivi essa situação ao menos uma vez, quando prestei serviço pra IBM e voltei depois de um breve periodo na CI&T, que até hoje ainda não sei ao certo porque pedi pra sair e que é disparado a melhor firma que trabalhei, pode perguntar pro meu filho Vinicius e pro proprio dono, o Cesar Gon, que quando me desliguei, fiz questão de achar ele pra dizer isso pessoalmente!

As minhas passagens pela IBM foram tranquilas, tenho amigos que levo até hoje, ontem mesmo troquei ideia com a Greicy que esta lá no Banco Itaú há quase 5 anos, me peguei pensando que o tempo voa... quando dei um trampo lá no CTO do Itaú almoçei com ela e isso ja deve fazer uns bons 3 - 4 anos.

Na CI&T arrumei amigos novos, e reencontrei muitos outros que eu tinha trabalhado na sede da Stefanini em Jaguariuna, aqui do lado de casa, que foi o meu primeiro trabalho fora do mundo do funcionalismo público, valeu Valfredo, pela oportunidade!

Lembrei tambem de um caso muito peculiar e inusitado, eu um xóven com seus 20 e poucos anos, trabalhava feliz e contente na agencia Barão de Itapura do Banco do Brasil aqui em Campinas, um dia o gerente saiu pra ir seilá pra onde... e coincidencias da vida e parafraseando o poeta 'a gente sempre se encontra duas vezes na vida' e o mundo é pequeno; hoje trabalho de novo com ele no Banco Original.

O gerente que entrou no lugar não era um cara facil de lidar, cobranças descabidas, criticas na frente de todos, metas irreais, obrigação de fazer horas extras... não era só um sentimento meu, era geral. Eu me ferrei com o chefe novo, logo que ele chegou resolveu trocar meu horario, eu tava de boinha trabalhando minhas 6 horinhas de jornada de bancario, do meio dia as 18:15, conseguia ir pra Unicamp nas aulas de manha e de noite.

Com o passar do tempo a galera foi saindo, saindo leia-se trocando de agencia, eu tentei, tentei muito, mas não rolava, à época, o Amarelinho não tinha um processo claro para movimentação de funcionario sem comissão, que era meu caso, escrevi pra gestao de pessoas regional, nacional e pro diretor de pessoas, nada de alguem me ajudar.

Ai dei uma sorte daquelas e achei a solução, eu mesmo! Fui fazer o concurso de novo do Banco do Brasil e pensei que se eu passasse deveriam me chamar pra alguma agencia aqui da região, eu estava topando qualquer parada, tava muito ruim o clima na agencia e meu trabalho em si.

Hoje a galera chama a situação que eu vivi de "ambiente tóxico de trabalho" e "assedio moral", lembrei que até meu poster do matrix que eu tinha no meu cafofo lá na agencia o gerente novo mandou tirar.

Enfim, passei no concurso, mas antes de me chamarem pra tomar posse eu consegui uma transferencia pra um projeto piloto de agencias nivel 5, fiquei uns meses trabalhando com a Graça lá na superintencia no centro e montamos a agencia no Shopping Dom Pedro, foi uma delicia, trampinho gostoso, do lado de casa, no meio do caminho de casa pra Unicamp, horario certinho do meio dia as 6 de novo, foi uma das melhores épocas que tive no amarelinho.

Um dia me ligaram pra avisar que eu tinha passado no concurso e que tinha seila uma semana pra me apresentar e tomar posse... adivinha onde ?!?!?!?!?!

Enfim, fiquei alguns anos na agencia do Shopping, acabou que mudou todo mundo, eu tinha me formado, estava crente na minha cabeça que eu seria promovido e puf, chega um novo gerente, perdi o tesão... e acabei voltando pra Barão de Itapura, pra trabalhar num posto de atendimento que tinha naquele Elefante Branco da Dom Pedro, o CTI e acabei ficando, seila, acho que nem 3 meses que foi quando a Paula me chamou pra ir pra Tecnologia lá em Brasilia, em um processo seletivo interno que outro dia eu conto, por Brasilia fiquei longos anos, aprendi um oficio novo, dois na verdade e como tudo na vida se repete, eu novamente achei que seria promovido, dessa vez era certo, o Mané tinha prometido e tudo na minha cabeça levava a crer que seria mesmo, mas ai o Perez aposentou e junto com ele sua vaga de AP-4, puf, perdi o tesão de novo.

Depois dessa, acho que fiquei mais 1 ano no BB e pedi pra sair. Tinha deixado de ser concursado, 'funcionario publico', bancario e me tornaria um programador, analista, engenheiro de software, o nome que o valha!

Até que virei bancario de novo, agora no Banco Original.

Resumo da ópera, se nao esta legal, tente mudar, pode demorar, um dia voce consegue!

Mude de setor, de empresa, de atividade!

Só nao saia batendo portas e brigando com a galera porque pode ser que um dia voce volte, por vontade propria ou por simples destino!

E quando voltar, se voltar, as coisas não serao as mesmas, muitas pessoas ja nao estarao por lá e talvez os motivos que te levaram a sair nem existam mais.

É isso, no final das contas eu continuo fazendo amigos no trabalho!...

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lá no linkedim mesmo

https://www.linkedin.com/posts/buga-lu_saia-numa-boa-vai-que-um-dia-voc%C3%AA-volta-activity-6950591226962149376-5rX1

quarta-feira, 6 de julho de 2022

Saia numa boa, vai que um dia você volta!

Resumo: Buga compartilha memórias de mudanças de emprego na IBM, CI&T e Banco do Brasil, refletindo sobre ambiente tóxico e conselhos pra carreira.

Memórias de Carreira: Mudanças, Ambiente Tóxico e Lições

Ia ser uma publicação normal, mas não rolou porque passa da quantidade de caracteres que a plataforma do linkedin permite...

Contexto da Reflexão

A Ju conversou comigo hoje cedo sobre sair de um emprego e depois voltar pra ele, acabei divagando aqui na conversa e me afloraram algumas memórias que vou registrar pra não esquecer.

IBM e CI&T

Consegui lembrar que vivi essa situação ao menos uma vez, quando prestei serviço pra IBM e voltei depois de um breve período na CI&T, que até hoje ainda não sei ao certo porque pedi pra sair e que é disparado a melhor firma que trabalhei, pode perguntar pro meu filho Vinicius e pro próprio dono, o Cesar Gon, que quando me desliguei, fiz questão de achar ele pra dizer isso pessoalmente!

As minhas passagens pela IBM foram tranquilas, tenho amigos que levo até hoje, ontem mesmo troquei ideia com a Greicy que está lá no Banco Itaú há quase 5 anos, me peguei pensando que o tempo voa... quando dei um trampo lá no CTO do Itaú almocei com ela e isso já deve fazer uns bons 3 - 4 anos.

Na CI&T arrumei amigos novos, e reencontrei muitos outros que eu tinha trabalhado na sede da Stefanini em Jaguariúna, aqui do lado de casa, que foi o meu primeiro trabalho fora do mundo do funcionalismo público, valeu Valfredo, pela oportunidade!

Banco do Brasil e Ambiente Tóxico

Lembrei também de um caso muito peculiar e inusitado, eu um xóven com seus 20 e poucos anos, trabalhava feliz e contente na agência Barão de Itapura do Banco do Brasil aqui em Campinas, um dia o gerente saiu pra ir seilá pra onde... e coincidências da vida e parafraseando o poeta 'a gente sempre se encontra duas vezes na vida' e o mundo é pequeno; hoje trabalho de novo com ele no Banco Original.

O gerente que entrou no lugar não era um cara fácil de lidar, cobranças descabidas, críticas na frente de todos, metas irreais, obrigação de fazer horas extras... não era só um sentimento meu, era geral. Eu me ferrei com o chefe novo, logo que ele chegou resolveu trocar meu horário, eu tava de boinha trabalhando minhas 6 horinhas de jornada de bancário, do meio dia às 18:15, conseguia ir pra Unicamp nas aulas de manhã e de noite.

Com o passar do tempo a galera foi saindo, saindo leia-se trocando de agência, eu tentei, tentei muito, mas não rolava, à época, o Amarelinho não tinha um processo claro para movimentação de funcionário sem comissão, que era meu caso, escrevi pra gestão de pessoas regional, nacional e pro diretor de pessoas, nada de alguém me ajudar.

Aí dei uma sorte daquelas e achei a solução, eu mesmo! Fui fazer o concurso de novo do Banco do Brasil e pensei que se eu passasse deveriam me chamar pra alguma agência aqui da região, eu estava topando qualquer parada, tava muito ruim o clima na agência e meu trabalho em si.

Hoje a galera chama a situação que eu vivi de "ambiente tóxico de trabalho" e "assédio moral", lembrei que até meu poster do Matrix que eu tinha no meu cafofo lá na agência o gerente novo mandou tirar.

Enfim, passei no concurso, mas antes de me chamarem pra tomar posse eu consegui uma transferência pra um projeto piloto de agências nível 5, fiquei uns meses trabalhando com a Graça lá na superintendência no centro e montamos a agência no Shopping Dom Pedro, foi uma delícia, trampinho gostoso, do lado de casa, no meio do caminho de casa pra Unicamp, horário certinho do meio dia às 6 de novo, foi uma das melhores épocas que tive no Amarelinho.

Um dia me ligaram pra avisar que eu tinha passado no concurso e que tinha seilá uma semana pra me apresentar e tomar posse... adivinha onde?!?!?!?!

Enfim, fiquei alguns anos na agência do Shopping, acabou que mudou todo mundo, eu tinha me formado, estava crente na minha cabeça que eu seria promovido e puf, chega um novo gerente, perdi o tesão... e acabei voltando pra Barão de Itapura, pra trabalhar num posto de atendimento que tinha naquele Elefante Branco da Dom Pedro, o CTI e acabei ficando, seilá, acho que nem 3 meses que foi quando a Paula me chamou pra ir pra Tecnologia lá em Brasília, em um processo seletivo interno que outro dia eu conto, por Brasília fiquei longos anos, aprendi um ofício novo, dois na verdade e como tudo na vida se repete, eu novamente achei que seria promovido, dessa vez era certo, o Mané tinha prometido e tudo na minha cabeça levava a crer que seria mesmo, mas aí o Perez aposentou e junto com ele sua vaga de AP-4, puf, perdi o tesão de novo.

Depois dessa, acho que fiquei mais 1 ano no BB e pedi pra sair. Tinha deixado de ser concursado, 'funcionário público', bancário e me tornaria um programador, analista, engenheiro de software, o nome que o valha!

Até que virei bancário de novo, agora no Banco Original.

Conselhos Finais

Resumo da ópera, se não está legal, tente mudar, pode demorar, um dia você consegue!

Mude de setor, de empresa, de atividade!

Só não saia batendo portas e brigando com a galera porque pode ser que um dia você volte, por vontade própria ou por simples destino!

E quando voltar, se voltar, as coisas não serão as mesmas, muitas pessoas já não estarão por lá e talvez os motivos que te levaram a sair nem existam mais.

É isso, no final das contas eu continuo fazendo amigos no trabalho!

sábado, 24 de abril de 2021

Marcos e Comemorações - um post do facebook

Resumo: Buga conta a história de um whisky Johnnie Walker Blue guardado para ocasiões especiais, lista marcos pessoais e reflete sobre celebrar o cotidiano.

O Whisky que Nunca Abri: Uma Reflexão sobre Celebrar o Cotidiano

A Garrafa de Johnnie Walker

Comprei um whisky há muitos anos, acho que é um dos artigos que me acompanha há mais tempo, mais antigo que ele só a minha caixa de memórias e fotos reveladas mas essas estão na casa de mamãe Eliana.

O Jhonny Walker chegou há muito tempo, o pai do Marcelo que comprou em alguma viagem dele pro exterior, não lembro o porquê que pedi pro pai dele comprar e trazer, sei que paguei lá uns tantos dólares pela garrafa e fiquei com o pensamento de abri-la em momento futuro, em uma ocasião especial, um março, algo do tipo, para celebrar mesmo.

A fábrica de skates produz a primeira rodinha e o primeiro shape, nem lembrei do scotch ou se lembrei deixei pra próxima.

Marcos Pessoais sem o Whisky

Eis que vou morar com a Ju e não abri a garrafa, me formei e não abri, passei no vestibular e no mestrado aqui na Unicamp e não abri...

Fui padrinho do casamento do Allan e não tomei o uísque.

Terminei MBA na FGV,

Mudamos para Brasília e não abri na nossa despedida, compramos nosso apartamento e não comemorei tomando o whisky.

Fomos capa do jornal impresso Correio Brasiliense, acho que no aniversário de 50 anos da cidade... Tenho o jornal emoldurado, mas não abri a caixa do whisky.

A Ju passou no concurso da secretaria de Saúde do GDF...

Fui padrinho no casamento do Andre e da Carol.

Compramos nosso primeiro e único carro zero Km,

Meu pai conseguiu emprego na prefeitura depois de um bom tempo sem trampo, não comemorei.

Desmaiei no altar do casamento da Ma e do Du... Fomos padrinhos, o uísque continuou na caixa.

O Vinny nasceu,

Passei na UnB,

Os Pork's vão pra Brasília conhecer o Vinícius, nem lembrei de abrir o whisky.

Meu irmão teve uma parada cardio respiratória e não comemorei sua recuperação.

Minha irmã formou, meu irmão formou.

Fui promovido no serviço, ajudei a criar e fazer funcionar o cartão Amex no Banco do Brasil... e o cartão ELO, viajei pros States com o presidente do Banco do Brasil autorizando a viagem com publicação no diário oficial da união, ganhei um passaporte "oficial", baita marco na carreira... E o uísque nada, ali, na caixa, junto com outras bebidas no bar na cozinha.

Voltamos pra Campinas e não tomei o whisky na nossa despedida de Brasília.

Vivi um ano inteiro indo e vindo de Campinas pra São Paulo todo dia e não comemorei que conseguia ver minha família com frequência.

Fiz um treinamento inesquecível, me tornei educador corporativo, virei professor... de Cobol!

Pedi pra sair do Banco do Brasil e não tomei o whisky com meus amigos na minha despedida.

Mudo meu nome, crio o clã Buga... E ainda esperando um marco, um grande evento para comemorar com o uísque.

Termino uma pós graduação, passo no vestibular da Fatec para cursar computação...

A Ju toma umas 10 bolsas de plasma, a Helena nasce apagada... Tudo certo no final, o Jhonny Walker continua em sua caixa.

Meu pai realiza o sonho de ter um V8 de novo, veio me mostrar quando comprou, não comemorei.

Saio da IBM e vou trabalhar na CI&T, baita firma, negócio que a gente vê nas matérias de televisão, não comemorei...

A Ju consegue depois de muitas tentativas um emprego tão querido na indústria farmacêutica!

Volto pra IBM porque minha praia é mainframe e ia almoçar de novo com a Ju - igual nos tempos de Brasília!

Passo no vestibular da Unicamp...

Vou morar em São Paulo de dia de semana com meu pai... não comemorei.

Começou a pandemia e volto a morar aqui em casa, tava duro longe das crianças, da Ju, da Sheeva e da Sophia, sequer lembrei do uísque.

A caixa do Jhonny Walker me acompanhou no AP do seu Madruga, depois no 44, lá na Hermantino Coelho, na Jasmim, foi pra Formosa, pra 716 norte, pra Águas Claras, voltou aqui pra Barão Geraldo e eu esperando um grande marco pra abrir e comemorar!

Lição Final

Com certeza esqueci grandes marcos e acontecimentos que mereciam ser celebrados com esse scotch... Mas na real eu tinha que ter tomado era mesmo em um churrasco qualquer rodeado dos meus amigos e da minha família.

Não guarde os talheres e louças especiais para ocasiões especiais!

Todo dia é especial!

Ah, e o whisky é muito bom. Mas não tenho paladar, sou mais o licor de menta mesmo!

Wisky johnie walker blue label
Figura 1: Johnie Walker Azul

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

20 anos de Banco do Brasil, uma despedida dolorosa pro Buga

20 anos de Banco do Brasil: trajetória, despedida e reflexões

 Esse mês faria 20 anos de Banco do Brasil, faria, porque em Janeiro fui meio que obrigado a pedir demissão, meio porque a outra opção seria demissão por justa causa devido abandono de emprego. 

Figura 1 - Volta agora, peça demissão ou será demitido por justa causa

Senti na pele que para a maioria das empresas somos apenas um número, mais nada! 

Não tive uma das mais brilhantes trajetórias profissionais, entrei no banco ainda moleque, cursava o 2º ano de Engenharia Química aqui na Unicamp, em período integral, trabalhava 6 horas na agência Barão de Itapura, das 12:00 às 18:15, logo de inicio trabalhei no PAB da Telesp, depois fecharam o PAB e fui pra agencia propriamente dita, as vezes ia pro pab do CPQD do lado de casa, mas sempre eu conseguia assistir as aulas no período da manhã e as do noturno, tomava umas cervejas quase que semanalmente com o pessoal de lá, seja no posto, na cachaçaria, no Farol do Pirata, na casa do Vidson, na casa do Capela, lá em Sousas no Benito, no meu apartamento aqui em Barão, lá em Valinhos na casa do Japonês e em tantos outros lugares legais e alguns nem tanto, hoje a memoria já começa a pecar, preciso reaviva-las encontrado o pessoal. 

A turminha lá da Barão de Itapura era bem legal, alguns tenho contato até hoje, o filho do Zen fez medicina na Unicamp algumas turmas depois da Ju, sempre encontro ele em eventos do pessoal da medicina, moleque gente fina, igual o pai! Outros viraram amigos pra vida toda, alguns sumiram e nunca mais tive notícias, o Fabricio tinha voltado pra Manaus, achei que nunca mais o veria, encontrei ele uma das vezes que fui pra floresta amazonica e alguns anos depois ele se mudou pra Brasilia e nos trombamos algumas vezes por lá,.. enfim é o curso natural da vida, pessoas vem e vão... 

Eu me formaria quase sem nenhum atraso, nessa época a gente não pensa muito no futuro, ainda mais num futuro profissional, eu vendia meu tempo pro banco e ele me pagava um ordenado que era muito bem vindo.... Ao me aproximar do final da faculdade eu tinha que fazer estágio para me formar, os estágios, não lembro ao certo, mas pagavam por volta de 700 reais, eu lembro que meu salário era quase 3 vezes mais que isso, e voce se acostuma muito fácil com gastar quanto você ganha, na verdade sempre faltava algum no final do mês, na ponta do lápis não ia dar.

Fiz estágio só pra poder formar mesmo, fiquei uns meses indo pra Acme, firma do pai do Amaral de rodas de empilhadeira e acabei saindo de lá com a brilhante ideia de montar uma fábrica de rodinhas de skate, mas isso é outra história,.. mudei de agência quando o Wagner deixou de ser o gerente geral e foi virar superintendente, nunca mais tinha tido noticias dele, esses dias recebi um informe aos acionistas, virou diretor, não sei do que... enfim, meu santo nao bateu com o gerente novo, eu havia separado da Vera e trabalhar junto nao estava nem um pouco legal, o Vitão tinha saido do banco, o Christian também, o Andre tinha ido pra Europa...enfim, tava na hora de mudar, mas nao tinha um processo para troca de lugar de trabalho em vigencia no banco, cheguei a prestar concurso de novo pra tentar trocar de agencia, apareceu uma vaga antes de chegar o resultado do concurso... 

http://www37.bb.com.br/portalbb/resultadoConcursos/resultadoconcursos/arh0_lista.bbx?cid=169

Figura 2 - Volta agora, peça demissão ou será demitido por justa causa

Embarquei num projeto piloto de agencias nivel V, disruptivo pra época, uma agencia sem caixas! Fiquei um tempo na superintencia trabalhando com a Graça pra abrirmos a agencia, era no Shopping Dom Pedro, do lado de casa. Era eu de caixa, a Graça, o Marcos, a Chris (nunca mais tive noticias) e a Carla, turma excepcional também! Nesse meio tempo caiu a ficha que eu nao ia trabalhar de engenheiro mesmo, o salario do trainee ou do engenheiro recem formado já levava fumaça do meu trabalho no banco, ainda mais que a agencia era minuscula e quando a Graça saia tinha substituição, teve um ano que eu fiquei de gerente da agencia no mes do decimo terceiro que digo pra voces, nunca tinha visto tanto dinheiro na minha conta, no final do ano na segunda parcela do decimo terceiro, tive que fazer emprestimo pois ao inves de receber salario, tive um desconto em folha dos bons! Retomando a cronologia... fui atras de seleções internas para tentar virar gerente, nunca fui fã do TAO, sistema de "talentos e oportunidades" tinham falhas e mesmo voce estando bem classificado o que vale sempre é a entrevista e nessas, nunca, nunca me dei bem, sou um cara muito eu e não consigo deixar passar ou interpretar um papel. Eu escutava, poxa Buga, ao menos nao vai de toca e de tenis pra entrevista, pare de perguntar se a entrevista é séria ou se já tem alguem escolhido pra vaga! Não gosto, nunca gostei, nao encaro esse tipo de teatro! 

Não lembro ao certo o como ou porque, deve ser coisa do TAO... acabei sendo aprovado para cursar um MBA patrocinado pelo banco na FGV para executivos, show de bola, vamos que vamos, já que eu ficaria no banco mesmo, vamos investir... nesse meio tempo eu estava com a fabrica de rodinhas rodando, com bolsa de ingles do banco, cursando Quimica com a irmã do Boy e fazendo mestrado com o Paoli em plasticos degradáveis, pra variar não deu pra largar o banco ṕra receber bolsa de mestrado, declinei a bolsa e o mestrado estava rodando sem patrocinio... em teoria eu não poderia receber bolsa se eu tivesse um emprego, regras sao regras, vai entender!...

Sei que um dia na agencia de noticias apareceu um "processo seletivo" pra trabalhar na Diretoria de Tecnologia, nao tinha pre requisito muito claro, me inscrevi no TAO e acabei sendo convocado pra entrevista, sabe-se la porque fui fazer em Curitiba, aproveitei dei uma passada lá em São Bento do Sul pra visitar o Jean e fechei a compra da fabrica de shapes dele! Outra historia das boas! O processo seletivo foi muito interessante, lembro bem ainda, acho que pelo ineditismo da situação e pela transparencia no processo, pela manha um bate papo com 3 entrevistadores e 6 candidatos, e a tarde uma conversa tecnica sobre assuntos de tecnologia, eu até então de tecnologia só sabia programar em assembler de micro, foi um show de horrores, não sabia responder nada, mas sempre sobrava algo de lógica e bom senso que dava pra dar uns pitacos! Eu depois da terceira pergunta que passei, pedi desculpas por estar ali desperdiçando o tempo do pessoal, mas falaram que nao tinha problema e vamos em frente, no final do dia tivemos o feedback, lembro bem chamaram cada candidato individualmente e eu fui o ultimo, acho que aquele dia, só o Idelvan passou, o Evaristo nem lembrava dele, mas quando ele chegou lá por Brasilia a memoria ativou, pra ele nao tinha sido daquela vez, mas pŕa mim foi e foi muito doido, entrei na sala, a entrevistadora me descascou, que minha postura não é adequada, que parece que eu estava lá de brincadeira, que nao era nem pra eu ter me inscrito se não tinha formação em tecnologia e bla bla bla, ali rolou aquela lagrima velada e a engolida seca, agradeci e estava pra me levantar da cadeira e o Osiris falou, espera, não acabou, pensei caralho, vai me por mais pŕa baixo ainda, mas não ele falou com um ar de "vou te dar o beneficio da dúvida", que embora eles 3 concordassem com o que - cara, não lembro o nome da japa, vou ter que perguntar pro michel - ela disse, eles acharam que eu tinha grande potencial e que seria dado um treinamento a todos que fossem ṕra Brasilia trabalhar na Diretoria de Tecnologia (DITEC) pois quase nada do que se ensina na faculdade era utilizado por lá. Parabéns Buga, voce esta aprovado, quando finalizarmos o processo entramos em contato.

Nesse meio tempo, acabei saindo da agencia do Dom Pedro e voltado pra Barão de Itapura, tinham inventado no TAO um sistema de remoção automatica e lá fui eu trabalhar num PAB dentro do elefante branco CTI Renato Archer lá na Dom Pedro, num belo dia a Paula me liga perguntando se eu ainda estava a fim de ir pra Brasilia, já devia ter passado um ano da entrevista em Curitiba, não tinha desencanado, mas estava com poucas esperanças... respondi que precisava de uns dias pra pensar, conversei com minha mãe, com o Allan, com meu pai e com a Ju e ficamos assim, o seu Irá ia cuidar da fabrica, a Ju ia terminar a residencia e eu em Janeiro ia pra Brasilia trabalhar na Ditec!

A Ju descolou um republica no Cruzeiro de um menino da Unb pra eu morar e lá fomos nós de carro levando tudo que coube no Uninho e que eu fosse precisar nos proximos meses, Chegamos em Brasilia num dia chuvoso, cai num buraco, entortou a roda, tive que trocar o pneu na chuva, nao tinha waze ainda, google maps idem, na real nem lembro como que conseguimos chegar no apartamento do cruzeiro. Sei que não fui uma bela impressão que tive da cidade nesse meu primeiro contato.

No treinamento conheci mais um monte de colegas que tinham acabado de largar tudo pra trás e assim como eu se aventurado no planalto central, eu diferente dos demais, tinha caido de paraquedas, afinal não tinha formação ou conhecimento de informatica. O treinamento foi longo e bem completo, sai de lá com muitos amigos - que nos acompanharam todos os anos que tivemos em Brasilia - e como um desenvolvedor mainframe!... Sabia JCL, Cobol, DB2, Natural, sabia usar o Roscoe e apertar F1 se tivesse alguma duvida no TSO, alguns instrutores eram muito bons, outros nem tanto, tiveram provas bem difíceis, programas elaborados, testes, palestras, apresentações, posso dizer que foi um belo dum aprendizado. 

Saindo do treinamento fui parar na equipe do autorizador, fiquei com medo, me disseram que era o coração do sistema, naquele ponto a gente já tinha um conhecimento do que era o sistema VIP pois ledo engano quase todos do curso iriamos trabalhar com cartão e assistimos algumas palestras sobre o sistema, nunca me imaginei com tanta responsabilidade, basicamente os módulos que eu trabalharia são os responsáveis por aprovar ou não uma compŕa com o cartão de qualquer cliente do Banco do Brasil.

O que mais devo ter feito na Ditec foram cursos, cara, como eu estudei, aprendi como que funcionava o sistema de pagamentos com cartões, fiquei craque na ISO8583, aprendi como funciona o chip do cartao, criptografia, assembler de mainframe, GRI, CICS, DB2, VSAM e mais uma salada de letrinhas, aprendi a usar os simuladores de transações das bandeiras (bandeiras são a Visa, Mastercard) quando entrei tinha só essas duas, depois fizemos o sistema processar Amex que nem tem mais, algum tempo depois surgiram com a bandeira Elo, foram muitos anos de aprendizado e trabalho duro.

Tive promoção seguida de promoção, não acredito que só por mérito, estava no lugar certo na hora certa, e o santo do chefe Mané bateu legal com o meu, tinha gente que nao curtia ele não, eu achava um cara justo, as vezes meio escroto, mas dava pra levar numa boa... talvez algumas madrugadas com o Luizinho junto vendo a dedicação da equipe, enfim, a gente era muito phoda e a galera de cima sabia disso e nos recompensou, na equipe do autorizador depois de 2 anos que eu estava lá, todos nós já estavamos com cargo de analista senior. 

Figura 3 - Convite comemoração promoção/aniversário do Buga 

Iamos pra Sao Paulo participar de treinamentos com as bandeiras, reunioes na Visanet e na Redecard, testes na TecBan, cheguei a ir pros Estados Unidos com o Perez, ali foi o ápice da minha carreira e a certeza que quando o Cabelo aposentasse eu ficaria com a vaga de consultor dele, afinal pra gerente eu nunca tive o "perfil". 

Me especializei de um tanto que ainda hoje consigo lembrar de trechos do código dos programas OFOVPIN (que um dia achei que iria reescreve-lo), das chamadas com start de transacao com reqid para derrubar e seguir depois de 1 segundo (será que o CICS já baixou esse tempo, preciso estudar isso) se nao tivemos resposta, do OFOVCTL e a trilha 2 compactada que era um parto pra abrir e processar o CVV da trilha, do OFOMCTL... e seu clone limpinho que fizemos pra processar Amex OFOACTL e depois pra processar elo, o OFOECTL, muito criativos nós eramos para os nomes! Lembro de campos nos books FMLxx, das telas do OFCJ, de mapas BMS feitos para parecer identicos a um mapa feito no natural, dos experimentos com programas em C que quse ninguem usava, do book GRMKFAS, muito firmeza pra ajudar nosso trabalho com novos programas e log automatico de erros ou mesmo as subrotinas que pediamos pra equipe do Nakanishi desenvolver pra gente. 

Creio que hoje no Brasil não existam nem 30 profissionais que detenham conhecimento similar ao meu no Vision Plus que sejam especializados no FAS, mas isso não significa nada, para a empresa, como já disse, voce é apenas um número mais nada.

A perda do Naffer foi um grande baque, era um profissional fantastico, muito do que aprendi veio dele, sem falar que ele sempre me acompanhava nas madrugadas de implantações. 

Figura 4 - Tinha dia que a gente trabalhava bastante mesmo!

O Vinicius nasceu, falei que meu ritmo iria diminuir, logo depois o Perez aposentou e com ele a vaga de Analista Master / Consultor foi junto, fui perdendo um pouco do entusiasmo, do tesão pela coisa, perdendo a garra, continuava dando treinamentos, ensinando o que eu sabia pro colegas, conheci praticamente a Ditec toda com essa historia de multiplicador, isso eu ainda gostava de fazer, nao tinha mais a cenoura lá na frente pra ir buscar e isso me incomodava, estava prestes a ter mais uma daquelas reviravoltas na vida!...  

Aparece na agencia de noticias processo seletivo pra trabalhar na tecnologia em Sáo Paulo, eu já tinha pedido ao longo dos anos pra voltar pra sampa, mas a galera sempre me ajudando com a cenoura la na frente e fomos ficando, já tinha ido pra Sao Paulo algumas vezes pra ensinar Cobol Cics com Container pro pessoal e pensado que um dia poderia ir trabalhar lá..,agora nao ia ter mais jeito, a Ju nunca gostou mesmo de Brasilia, meu tesão tinha diminuido um montão, me inscrevi pra seleção, mesmo cargo que eu tinha mas pra trampar em sampa, fiz o processo, passei, em Dezembro estavamos de volta a Campinas e em Janeiro comecei uma das fases que mais me fodi na vida...

O trampo era de boas, pessoas sensacionais, sem muitos desafios, sem plantao, sem trabalhar de madrugada, sem a Dicar ligando pra analisar alguma coisa urgente, sem treinamentos nas bandeiras, mas com uma pegada diferente, acharam que eu tinha pinta pra educador corporativo, era tipo um premio de consolação por nao ter sido promovido la em Brasilia e quando eu desse treinamentos minha remuneração seria compativel com a do cargo de consultor... no ano que passei em São Paulo aprimorei os treinamentos que eu dava, fiz inumeros treinamentos e virei o tal do Educador Corporativo, apice 2 da carreira, daria pra ficar lá até aposentar, fazia o trampo direitinho, chegava no horario, o pessoal foi bem acolhedor, mas o estilo era outro, nunca fui num happy hour com a equipe de São Paulo, num churrasco, o pessoal era colega de trabalho, não amigo, igual os que fiz na época da agencia e lá na Ditec, estava complicado minha cabeça, nao ficava o tempo que eu queria ficar com o Vinny, o tempo perdido no fretado e no Cometa me tiravam do sério, não aguentei o tranco, achei que ia ser tranquilo morar em campinas e trabalhar em sao paulo, mas nao dei conta não, depois de um ano, fiquei tristão, deprimi e vi que precisava de um tempo. O Paulo Vaz entendeu completamente meu pedido de afastamento do banco e um ano depois da minha chegada estava eu de licença interesse nao remunerada do Banco do Brasil.

Tentei voltar algumas vezes desde que sai, mas nunca deu certo.... Em Janeiro de 2020, ao inves de eu tentar voltar, o banco resolveu que eu voltaria, mas não pra trabalhar com tecnologia, onde passei 10 anos e conheço o oficio e que aprimorei bastante os conhecimentos nos ultimos anos... era para trabalhar de escritutario em uma agencia em São Paulo, como já disse nunca tive uma carreira, fui na onda, mas voltar pra estaca zero depois de 20 anos nao ia dar, se fosse aqui por Campinas talvez tivesse voltado, afinal pra ganhar 4 conto por mes fazendo uns apertos até que daria, mas pra sampa e eu lembrava bem do tempo que fiz a loucura de ir e voltar todo dia sem chance.

Na maioria do tempo que fiquei no banco me diverti a beça, aprendi muito mesmo, conheci pessoas fantasticas, tive alguns dessabores, mas não acho que minha "carreira" deveria terminar assim.

Figura 5 - Crachas do Buga no BB

E-mail que enviei depois que tentei conversar com alguem de gestao de pessoas, tentando alguma alternativas, mas foi em vão, afinal era eu, apenas um numero, mais nada.

Minha história no BB não deveria terminar assim...

Saudações,

Meu nome é Buga e escrevo esse e-mail com lágrimas nos olhos.

Entrei no BB em 2001 e estou em licença interesse desde 2015. Certa vez fiquei desempregado e tentei retornar ao BB. Conseguimos o "de acordo" das pessoas necessárias, mas infelizmente ocorreram mudanças no banco e não foi possível.

Eis que de repente recebo uma convocação para voltar. Infelizmente nas condições propostas não será possível: morar em outra cidade, começar tudo de novo, jogar fora toda minha experiência adquirida em TI tanto no BB como "no mercado", sem mencionar que as contas não fechariam e a minha família seria resistente a mais uma mudança.

Sou grato pelos anos que passei no BB e espero que as políticas e normativos sejam revistos para que a empresa não perca outros funcionários que investiram tanto na formação e que conhecem alguns sistemas, produtos e serviços como poucos.

Não pretendia escrever sobre minha história no Banco do Brasil ou depois dele, mas já escutei que minha saída do Banco é uma situação em que todos perdem, e no fundo eu acredito que isso seja verdade.

Desde que fui para a DITEC em 2006 sempre trabalhei no autorizador do cartão de crédito (cujo uso crescia rapidamente), sistema fascinante! Trabalhávamos muito, mas éramos a cara do BB para cliente. Perdi a conta das madrugadas, finais de semana, feriados e datas comemorativas que ficavamos tensos trabalhando para que tudo desse certo. Participei de projetos grandiosos e sempre me realizei quando via o resultado final!... Saudades do pessoal e por vezes, por que não, do proprio sistema, seja ele o GRM, o VisionPlus ou mesmo o PPG.

Ainda sobre minha formação: o TAO ainda deve existir e uma das poucas coisas que deve ter mudado no meu "curriculo" é que deixei de ser educador corporativo (adorei o treinamento, um dos mais intensos que já participei) provavelmente a regra/normativo não deve ter mudado e como não atuei ensinando mais ninguém a desenvolver em Cobol no BB nos ultimos 2 anos, precisaria de reciclagem.

Nos anos fora do BB não parei de estudar. Fiz uma pós graduação em desenvolvimento de sistemas mainframe com o pessoal do extinto HSBC lá de Curitiba, e uma dúzia (sem exagero) de certificações em TI das mais variadas (meu curriculo vai em anexo) desde especificação de requisitos - que esta fora de moda com as Metodologias Ágeis - passando por certificação Scrum, Lean, de testes e até uma aventura pelo mundo da nuvem que me deu o titulo de "Google certified Professional Cloud Architect" o qual para alguém que sempre trabalhou e se especializou em mainframes me dá orgulho.

Como o Mainframe não podia ser deixado de lado no meu período fora do BB tive duas passagens pela IBM, aprendi bastante coisa nova sobre mainframes, aproveitei e me certifiquei como desenvolvedor CICS e DB2 além de umas 2 dúzias de badges de treinamentos diversos (sem exagero 2).

Em relação ao trabalho fora, além da IBM que já citei, trabalhei na Stefanini como consultor mainframe na fábrica de software, onde dava treinamentos para estagiários que estavam adentrando o mundo do mainframe.... Tive também uma experiência magnifica de transformação digital junto a CI&T que tinha como mote ensinar outras empresas a trabalhar com as metodologias ágeis.

Obrigado pelo tempo e atenção dispensada, espero de verdade que em algum momento nos processos do Banco deixemos de ser apenas uma "matrícula inativa" e que tenhamos nossa historia levada em consideração.

Não era de minha intenção a saída definitiva do banco nesse momento e foi muito desagradável receber um e-mail dizendo simplesmente que eu "posso pedir minha demissão na minha agência de relacionamento."

Me afastei do BB na época por motivos familiares de adaptação e não por não gostar do meu trabalho. Gostaria sinceramente que esse tipo de resposta que recebi dos contatos que tive com o pessoal da DIPES/GEPES não fossem enviadas para mais ninguém...

Fui,
Buga

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Pra não esquecer - Naffer

Memórias e saudades do Naffer

Sinceramente não lembro sempre fui péssimo para datas, o uso de ferramentas do tipo agenda sempre me foram muito úteis, agora nos tempos de nuvem e com integração de todos os lados essa tarefa de lembrar ficou muito mais fácil, porém o que queria lembrar era algo meio mórbido, no caso a data que um grande camarada meu veio a falecer... esse tipo de coisa você não coloca na agenda, ainda mais que não fui ao velório então sequer existe registro de alguma atividade relacionada a esse evento em “minha agenda”, coloquei entre aspas porque quem a comanda hoje (na maioria dos eventos é o google).

Enfim, a tarefa até que foi simples porque lembrei de uma singela lembrança que postei no facebook quando soube de seu falecimento sobre um joguinho de trocar letras on-line tipo scramble que esse meu amigo adorava passar seu tempo vago jogando.

Achei a tal da publicação e lembrei mais ou menos a data não é precisa, mas isso também não importa. O que importa é o que um dia a Ju me falou de um pai de um paciente que morreu de câncer e o maior medo dele – lagrimas escorrem do meu olho nesse momento, pausa volto depois de me recompor – era o de esquecer.

E não sei dizer o porque mas ontem lembrei do Naffer algumas vezes durante o dia, como minha memória de curto e médio prazo é quase inexistente quem me deu um toque sobre isso foi a Ju - Ou... você já falou do Naffer umas 4 vezes hoje! – dai eu tentar lembrar se fazia um ano que ele tinha falecido ou mesmo descobrir o porque da memoria ativada, não faz uma ano, faz um pouquinho mais, pelo que consegui resgatar ele deu baixa em 22 de março de 2014... ai só sobrou o que realmente importava, o não esquecer.

Me lembro apenas da ultima lembrança que tive ontem (não falei que minha memoria é péssima) enfim, foi a de um dormindo a noite antes de sair de carro para ir a algum lugar. Fazia alguns anos que já isso não mais acontecia na minha vida; resumindo, costumava trabalhar nas madrugadas de quarta para quinta-feira (mesmo tendo trabalhado na quarta e ter jornada normal na quinta, 11 horas de descanso entre as jornadas é para os fracos – ossos do óficio como diria o seu Irá) e num dado momento depois de algumas modificações e ajustes na estrutura da equipe ficamos só eu e o Naffer realizando essa magnifica tarefa. Eu ia pra casa normalmente na quarta feira, dormia um pouco mais cedo que o habitual e acordava umas 2:30 para ir trampar, comia alguma coisa, separava besteiras e um suco de caixinha ou similar, pegava o maço de Marlboro a chave do carro, descia até a garagem (sempre com as luzes acesas) e dirigia 20 minutos pelo planalto central quase sem ninguém nas estradas, ligava pro Naffer na descida do Carrefour (com comando de voz) avisando ele que eu estava chegando em 5 minutos. Eu nunca me atraso, não precisava ligar, ele sabia que eu estaria lá na portaria do condomínio dele na hora marcada 5 pras 3 (la vem novas lagrimas, acho que devo ter parado cedo demais de tomar o remédio de depressão, ou deve ser normal quando a gente lembra que nunca mais vamos ver alguém), conversa de nada novo, do tipo e ai bastante frio , essa chuva que não passa ou essa seca ta brava esse ano, ou mesmo alguma coisa que ele falava de futebol e eu só balançava a cabeça afinal nunca me interessei ou entendi algo desse universo, o Naffer curtia o tal do Futebol, não tanto quanto o Thyago Luiz mas gostava bastante, sempre dava um jeito de ir trampar com alguma camisa de time de futebol que ficava apertando a pança de leve. 5 minutos depois já estávamos no imponente complexo central de tecnologia do conglomerado do Banco do Brasil, vulgo, sede IV. Revisavamos os “check-list” do que tínhamos que fazer, uma analisada ou outra de ultima hora em algum pedaço de código que tenha gerado dúvida (como não lembro, mas sinto que nunca encontrei nenhuma merda digna de nota que ele tenha feito, exceto não comentar nada dentro do código, mas que com o tempo e muita encheção de saco ele começou a fazer isso e até hoje posso dizer que está entre os 5 melhores analistas/programadores que já conheci) e ficávamos aguardando a baixa no TIM e o newcopy para acompanhar se deu tudo certo ou se tínhamos de sair ligando pra Deus e o mundo pra dar newcopy na mão ou recompilar tudo de novo com a versão antiga e sair pra prancheta analisando o que deu errado (algumas vezes voltamos pra prancheta e não achamos o erro, baixamos a versão de novo na outra semana e magicamente dessa vez funcionou... lembrei aqui de uma exit do cics do ICSF que não voltava nunca se a compilação não fosse estática... até hoje não sei se já arrumaram isso), voltando ao mineiro quieto que como diria o Leandro muito quieto demora pra responder porque enquanto ele pensa ele esta localizando dentro da memoria dele o código do label (o programa era tão doido que nem section tinha, e os labels tinham código tipo o K200 que ia lá no AMOA procurar o registro uma vez que não achamos no log (nossa eu também ainda lembro!) e não cabia na AWS do roscoe de tanta linha que tem, enfim, o cara manjava, muito do negocio!

Nos nossos churrascos sempre na dele, quietão conversando com um ou outro, circulando pelas rodinhas, bebia moderadamente e costumava voltar de taxi sempre, seilá porque mas como ele era extremamente reservado devia ser algum trauma de andar com motorista bêbado ou seilá, acho que essa é a mais provável, trauma, uma vez que ele não dirigia. Devo ter perguntado alguma vez o porque ou alguém deve ter me contado, mas olha ai, não lembro, esqueci... que merda!... Gostava bastante também de falar de filmes velhos (seilá o que é velho hoje, mas uma vez me arrisquei a pegar um que o Aldisio tinha emprestado pra ele - ledo engado esse DVD da NetMovies deve ter sido extraviado! – nossa esse foi outro mercado que surgiu muito rápido e desapareceu mais rápido ainda (aluguel de filmes por “courrier”) – enfim, os dois haviam falado extremamente bem do filme e tal do ator, do carro, do enredo, resumo da ópera, filmão! Filmão porra nenhuma, puta filme tosco do caralho... spoiler alert - um cara que rouba um carro, sai fugindo pelos estado unidos e se mata no final batendo o carro contra uma barricada da policia, infelizmente, fica aqui meu pedido de desculpas, mas não lembro o nome do filme e não tenho certeza se ele roubava o carro ou se o filme já começava com ele no carro e nem ficamos sabendo qual o crime que ele cometeu ou mesmo o porque de estra em fuga. Talvez quando eu fique velho, fale isso pra molecada de algum filme que achei o máximo (tipo matrix) e eles tenham essa mesma impressão.

Ele estava sempre matutando alguma coisa pra implementar de melhoria no sistema... suas sacadas e tiradas de sarro eram sutis e palavrões nunca eram proferidos, exceto em situações extremamente tragicomicas do tipo de alguém vir com um problema daqueles que já ficou mais de semana tentando resolver e senta do lado dele explica tudo e ele só prestando atenção e anotando uma ou outra coisa em sua companheira inseparável folha de papel A4 ininteligivel para outros humanos, depois de algum tempo e de analisar o código (sempre em silencio) ele vira e pergunta, você fez tal coisa no código ? (ele já sabia a resposta, era sempre uma pergunta retórica) sempre a resposta era ou que fez ou que não fez (afinal não existe outra possibilidade para essa resposta, se respondesse não sei ou não lembro não estaria trabalhando na nossa equipe, quer dizer, não lembro eu respondia direto, mas ia rapidinho procurar e voltava com a resposta (essa daqui aprendi com o Perez!). E depois da resposta que vinha o bordão clássico, então é ai que fudeu!

Agora deixa eu ir dormir que são 5 da manhã, qualquer dia continuo, se não continuar fica aqui uma pitada de lembrança pra essa cuca que não lembra muito bem das coisas.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Iof de 6,38% que nada! Abra um conta corrente nos Estados Unidos

Minha experiência com conta no BB Americas

Atualização 2024 09 25

Continuo com a conta do BB Americas ativa, tem que deixar saldo de 3k de dolar pra nao cobrar tarifa, atualmente existem inumeras opções que fazem tao bem quanto ou até melhor a tarefa de mandar dinheiro pra fora pra usar em viagem pagando menos IOF e o cambio a escolher opções diversas!

Nem lembrava que tinha emprestado pro Julio ir pros EUA! Era dificil gente, hoje ta tudo muito mais facil!

Como li uma vez seila onde ou quem, mas era basicamente que a gente, humanos, sempre vivem na vanguarda da tecnologia disponivel! Tirando obviamente o tempo da queda do imperio romano até o fim da idade media.


Economizando em viagens internacionais

Algum tempo atrás escrevi um post sobre o grande lance de economizar em suas viagens internacionais através do comparativo entre dinheiro vivo, traveler cheque, cartão de débito, cartão de crédito e cartão pré-pago. À época ainda havia uma distinção entre o IOF cobrado nas operações de cartões pré-pago, débito, dinheiro (0,38) e crédito (6,38) além da cotação do dólar ser comercial em uns e turismo em outros. Enfim, cheguei à conclusão hoje de que quem converte não se diverte!

Então pare com as contas e divirta-se!

Mas se você é um mendigo de plantão, pode se aventurar com o Neteller que parece ser um serviço bastante interessante para quem quiser gastar uns dólares no exterior e economizar um pouco http://www.neteller.com/

Logo Neteller
Neteller

mas eu indicaria a abertura de uma conta corrente em algum banco nos Estados Unidos!

Transferindo dinheiro pela internet

Arquivo 1: 10 passos para transferir dinheiro pela internet à partir do BB

No meu caso, contarei a saga em breve, abri uma no Banco do Brasil Americas!...

Logotipo BB Americas
Logotipo BB Americas

Abertura e uso da conta

Por ser funcionário do Banco do Brasil achei que o processo seria fácil, rápido e sem complicações, mas não foi bem isso que aconteceu, mas no final das contas hoje tenho uma conta corrente nos EUA, com acesso ao home banking pela internet e com um cartão Visa Electron para saques e compras.

Preciso manter um saldo médio de 2,000 dólares para não ter cobrança de tarifas, embora a grana tenha que ficar lá parada, os custos valem muito a pena, afinal nas transferências do Brasil para lá não pago tarifa (sou funcionário e tenho isenção, mas se não tivesse creio que gira em 40 reais por evento) e o IOF cobrado é o mesmo que sempre foi ! 0,38 ! Sem falar que o dólar é o comercial, então só alegrias com minha conta e meu cartão.

A saga começa quando alguém me disse que existia essa possibilidade (e que o primo do meu genro de segundo grau tinha a conta, cartão e estava feliz da vida), fui atrás de maiores informações e elas são bem rarefeitas, ninguém te responde e-mail, é uma verdadeira via sacra encontrar/descobrir o que precisa ser feito!, vasculhei no site dos bancos, procurei em blogs especializados em mendigos que adoram viajar e economizar até o ultimo centavo, li sobre o cartão do CNPq do ciência sem fronteiras, mas nada concreto até que magicamente uma matéria na agencia de noticias de comunicação interna do BB deu o pontapé que faltava para minha pesquisa sobre como abrir a conta.

Basicamente mandei e-mail pro pessoal do banco do brasil américas solicitando informações, depois de uns 4 e-mails sem resposta recebi um com os procedimentos que precisava para abrir a conta.... Preenchi os formulários que me enviaram, mandei copia dos documentos e aguardei, no e-mail dizia que em 2 semanas entrariam em contato me informando o numero da conta para que eu realizasse o deposito inicial.

Extrato e cartão BB Americas
Figura 2: Extrato da minha conta e meu cartao

Desbloqueio do cartão e perrengues

Mais uns 6 e-mails e uns 3 meses nada de resposta, liguei e ninguém sabia me informar o andamento da parada... até que um dia recebo em casa uma carta vinda dos states, fiquei todo curioso tava com certeza que era alguma carta de “valeu por ter participado do processo” nessa época estava tentando ir trabalhar nos states, mas depois desencanei e vi que o esquema é bem complicado, embora seja possível, enfim, a cartinha não era de nenhuma firma de computador que eu mandei currículo e fui entrevistado, era de quem ? Isso mesmo! Do Banco do Brasil Americas! E o que era a carta ? Meu primeiro extrato!

Mandei mais e-mails e novamente sem resposta, liguei e agora de posse de meu extrato encontraram minha conta! Demorei uns 3 dias ligando lá direto até que conseguiram me passar os procedimentos para cadastramento da minha senha para acesso a minha conta pela internet! Me mandaram até uma ‘cartilha’ com o passo a passo de como fazer pra mandar o meu dindin do BB pra lá!

Mandei o dinheiro e liguei pra conferir, tava lá 2 dias depois igual me falaram, na internet demorou mais uns dias para aparecer o depósito!

Video 1: Transferência do Brasil pros EUA em ingles

Video 2: Transferência do Brasil pros EUA, agora em portugues!

Agora começou a parte 2 da saga, como e quando iriam me mandar o cartão de débito!...

Mais alguns e-mails enviados, nada de resposta então em mais uma ligação consegui que o atendente se dispusesse a mandar o cartão pra mim aqui no Brasil! Algo que lá no primeiro ou segundo e-mail que me mandaram, era dito como automático assim que eu tivesse aberto a conta e depositado uma grana nela! Depois de uns 2 meses chega um FEDEX em casa, na verdade 2, um com o cartão e outro com a senha! Nossa muita alegria nesse dia, mas pensa que foi fácil ?

Perrengues para desbloquear

Nada disso, com meu cartão na mao fui tentar desloquea-lo! Digo tentar porque foi tentativa mesmo e olha que tentei, um monte de vezes!

Na carta berço que acompanhava o cartão constava que para desbloqueio eu deveria ir a um caixa eletrônico (ATM) e só! O só que foi o complicado! Primeira tentativa de desloqueio fui num caixa do Banco do Brasil mesmo, mas como só aparece opção de saldo e saque, fiquei meio cabreiro e logo de cara percebi que não seria nada fácil o tal do desbloqueio, aproveitei que já estava na rua e peregrinei entre todas as agencias que tem na Unicamp tentando desbloquear meu cartão. O caixa do ITAU chega até a emitir um recibo com a negativa! Muito lindo, enfim, tanto saldo como saque a resposta era a mesma, 57, que na ISO8583 é bem especifico e nada genérico “transação não permitida”, então valendo-se dos meus conhecimentos tentei com a senha errada e bingo “55” senha invalida! Bom cheguei a conclusão que o sistema estava roteando para o lugar certo e que meu banco que realmente não estava autorizando a transação! Ok, vou tentar fazer uma compra, 57 denovo!

Ai bateu o desespero, cacete, 2 mil dólares perdidos para economizar 130! Boa Buga, muito inteligente, mas pensei com meus botões e ainda havia esperança! Liguei pro telefone que veio com a carta berço e basicamente lá como cá fui transferido e transferido até que depois de mais de hora pendurado no telefone desisti. Resolvi ligar no banco mesmo, lá pelo menos já tinha conseguido que me mandassem o cartão, talvez tivesse sorte com o ‘desbloqueio’, doce ilusão, fui dessa vez super bem atendido - tipo Porto Seguro (seguros, não a cidade) – e depois de confirmar meus dados em inglês, espanhol e português! Recebi um senhor, pode tentar novamente amanha que estará funcionando!

Adivinha ? Claro que não funcionou no outro dia!... Liguei lá novamente e refizeram todo o processo e nada, tava eu já pensando em perder um dia indo pra Pompano Beach em minha próxima viagem pros States pra conseguir sacar meu rico dinheirinho e encerrar a conta... enfim liguei mais umas vezes e nada da parada funcionar...

A grande luz veio quando um amigo me convidou pra ir passar uns dias nos states (acabei não indo porque sou um bunda mole) mas deixei ele com a missão de tentar desbloquear e usar o cartão lá fora! Fiquei na apreensiva... e logo que ele chega lá já manda um zapzap falando... Buga, olha a parada não funcionou! Tentei em tudo que foi opção de menu do caixa eletrônico do aeroporto e nada... me mandou até o comprovante, fiquei desolado!

Mas como sou brasileiro e não desisto nunca, liguei novamente e dessa vez como eu ‘estava nos states’ e precisava usar meu cartão alguém fez algum outro comando magico qualquer e me disse pra tentar novamente no dia seguinte!

E agora é pra acabar! Funcionou! Meu camarada conseguiu sacar o raio da grana! Que felicidade! Não perderia meu dinheiro, nem precisaria passar em Pompano Beach, a parada funcionou! O cartão estava ativo, desbloqueado e meu amigo sozinho na América com um cartão cheio de dólares para gastar como quisesse! Confiança é tudo galera! Sei que foi só o teste mesmo, dois dias depois no extrato da internet já constava o saque e no extrato do mês seguinte (que recebo pelo correio mensalmente) estava lá o saque, o primeiro de minha conta corrente!

Cada um na sua, mas porque me mandar um cartão pro Brasil se não consigo libera-lo nem utiliza-lo por aqui ????

Falando nisso preciso encontrar o Julio e pegar meu cartão de volta! Valeu irmão!

terça-feira, 17 de junho de 2014

Comercial, Paralelo, Turismo. Qual cotação de dolar devo usar ???

Dinheiro vivo, travel money, traveller cheque, cartão de crédito, débito ou pré-pago?

Atualizacao 2024 09 25... As notas de 2 ou usei ou me roubaram, nao achei mais nenhuma e olha que era um montão!... O IOF subiu, o dolar ta batendo quase 6 cruzeiros, traveller cheque provavelmente foi extinto e dinheiro vivo ta complicado porque tem muito lugar virando 'cashless', enfim, hoje, 2024 melhor é abrir uma conta internacional e boa, ta facil pratico e é dolar comercial!

Dinheiro vivo, travel money, traveller cheque, cartao de credito, debito ou pré-pago. Qual o melhor meio de pagamento quando estiver no exterior ?

Nota de 2 dólares
Figura 1 : Nota de 2 dolares (eu tenho !)

Eu sempre fui um mendigo de carteirinha, nao sou mão de vaca nem pão duro, mas tenho algum desvio de comportamento relacionado ao dinheiro, posso comprar uma parada cara sem problemas, mas fico com fusquinha com mequinharia... digamos com um copo de refrigerante refil que custa 7 dolares e estrago o dia por coisas bobas de dinheiro de pinga. Um dia preciso ver o que é isso e tratar porque normal nao é !

Bom, vamos ao dólar americano... de acho que 1 ano pra cá o governo achou que seria uma boa se começassem a cobrar ao invés dos 0,38 de iof para saques no exterior no cartao (sem contar as tarifas do banco daqui e do dono do caixa eletronico lá fora) um adicional (plus) de 6% ! Muito inteligente quem teve a ideia genial, afinal o dolar esta "barato" os brasileiros estão gastando horrores no exterior, o gugu fez materia contando as pechinchas de compras nos EUA, enfim como esta uma festa pra todos, o governo aproveitou e entrou na festa.

O problema que encontrei em minha ultima viagem pros EUA foi como fazer pra dar um cambau nesses 6 % a mais do governo, sendo que o dolar de um ano pro outro foi de 1,80 pra 2,00 e se colocar mais os 6,38 estaria eu pagando 2,13 por dolar que custa apenas 2 reais !!! E de onde veio essa cotacao ? Essa é uma pergunta que nao tem resposta, simples assim !

Digamos que voce voltou do exterior com uma nota de 100 dolares e quer troca-la por reais, basicamente voce - me desculpe o palavrao - se fudeu ! Vao utilizar o dolar turismo, utilizando o valor de compra, é melhor voce esperar ao lado do guiche e vender sua nota por algum valor redondo menor que o valor de venda do doleiro (a varicao do valor seria justificavel pelo simples fato de o operador ter que ter lucro, afinal sendo eu uma empresa qualquer de cambio tenho que ganhar dinheiro, mas como cobram além desse "spread" tarifas/taxas e o iof nao acho muito justo esse sistema!!!) Enfim, se voce for comprar dolar em especie ou se voce for um estupido/tapado/babaca comedor de coco e resolver comprar traveller cheque o governo cobra de voce apenas 0,38% de imposto porque voce vai usar dinheiro, isso mesmo, 0,38, quase nada mas é "tipo" a extinta CPMF, mas como é só pra movimentacao de valor em moeda estrangeira, emprestimos e seguros, esta valendo... ai voce compra os seu dolar em dinheiro todo bonitao porque a cotacao é 2 reais por dolar e a casa de cambio cobrou 1,99 na cotacao "especial" deles e de taxa/tarifa o otario pagou seilá digamos 20 reais em uma operacao de compra de 1000 dolares, sei que o seu dolar saiu ligeiramente mais caro que os 2 reais da cotacao do dolar turismo venda.... Enfim essa merda de dolar turismo nao existe !!! Ah, mas eu posso fazer um cartao pre-pago do tipo travel money, tem da VISA, da AMEX , da Mastercard e também terei o dinheiro em "especie" quando precisar num cartao pagando apenas 0,38 e nao os fatidicos 6,38 de iof, beleza, ai a tarifa de recarga/cadastro/inatividade/robalheira mesmo e voce vera que os 20 reais da operacao do dinheiro vivo sairam barato !

Visa Travel Money Banco do Brasil
Figura 2: Visa Travel Money do Banco do Brasil

Ah, mas vou pagar tudo no cartao de credito, boa filhao ! São apenas 6,38 e as vezes é mais vantajoso mesmo porque no cartao de credito o dolar que será cobrado na sua fatura é o comercial e pelo que entendo ele é o que seria o dolar de verdade aquele que o tio Bonner fala no jornal nacional. O valor do iof por vezes é menor que a diferença da cotacao entre o turismo e o comercial (vai saber de onde o seu banco ou administradora de cartao obtem o valor do dolar comercial do dia), só que voce toma na cabeça se o dolar subir porque no cartao tem ajuste da data da compra até o fechamento da fatura (afinal os bancos nao podem perder nunca!!) e ainda ganha milhas ! Ah me poupe !!!

Pô vou entao pagar no débito, excelente ideia seria o dolar comercial e apenas os 0,38 do iof de maneira analoga à compra do dinheiro vivo ou do pre-pago, afinal a desculpa para o imposto foi que o brasileiro estaria se endividando muito nas viagens ao exterior e com o imposto rolaria um freio ! O problema é que de maneira analoga ao valor do dolar turismo da casa de cambio o valor do dolar comercial cobrado pelos bancos em transacoes de debito é desconhecido !!! Basicamente nao se sabe quanto que é, ai entra desculpa diversas desde o valor da taxa de conversao utilizada pelas bandeiras, da variacao da cotação do dolar ao longo do dia, do valor do dolar do Banco Central, enfim nunca consegui entender direito, mas o que deveria ser a melhor opção uma vez que nao há taxas, tarifas nem nada embutido acaba sendo o que te da mais frustração porque voce se sente lesado.

Pra finalizar, nao importa se voce comprar dolar em especie, colocar dinheiro em um cartao pre-pago, comprar ou sacar no exterior com debito em conta corrente ou poupança ou mesmo comprar/sacar no cartao de credito voce vai tomar na cabeça !!!

Então pare de ser mendigo e curta a sua viagem !...

Segue exemplo meu:

-> Cotação do dolar no dia que comprei dolares 2 reais redondo o turismo

Comprei       1000 dolares saiu por 2035 reais - R$2,035 cada dolar

Recarreguei   1000 dolares no pre-pago saiu por  R$2022,60, ou seja  R$2,0226 cada dolar

Na viagem um dia especifico o dolar comercial estava em 1,90.

Comprei 100 dolares no Wallmart no debito e saiu da minha conta 201,14 -> R$2,0114 cada dolar

No credito comprei tambem 100 dolares e na fatura veio 100 dolares que foram convertidos por 1,95... como depois na outra fatura veio ajuste e fiz uma porrada de compra nao sei informar a quanto que saiu cada dolar, mas pelas conjecturas que fizemos foi o mais caro, digamos no final das contas em R$2,040.

Como pude observar as diferenças nao sao brutais. Entao nao se preocupe com isso e diverta-se ! Mesmo gastando um dinheirao na sua viagem, no final das contas nao vai dar pra encher o tanque do seu carro aqui no Brasil mais do que umas 5 vezes !!! É uma sacanagem, mas nao tem o que fazer entao mais uma vez, nao se atende para isso e divirta-se !

Ah, ia esquecendo do dolar paralelo? Basicamente não existe mais é um resquicio dos tempos de que todo mundo podia ser doleiro, voce tinha que ir no supermercado no dia do pagamento, utilizava garrafa retornavel, nao tinha sacolinha de plastico no supermercado, voce tinha medo da inflação, confiava nos bancos e na poupança, adorava um over-night (hoje um day-trade !!!)... ops parece que esses dias estão voltando !!!!

FIM do post.