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quinta-feira, 19 de maio de 2016

Pra não esquecer - Naffer

Memórias e saudades do Naffer

Sinceramente não lembro sempre fui péssimo para datas, o uso de ferramentas do tipo agenda sempre me foram muito úteis, agora nos tempos de nuvem e com integração de todos os lados essa tarefa de lembrar ficou muito mais fácil, porém o que queria lembrar era algo meio mórbido, no caso a data que um grande camarada meu veio a falecer... esse tipo de coisa você não coloca na agenda, ainda mais que não fui ao velório então sequer existe registro de alguma atividade relacionada a esse evento em “minha agenda”, coloquei entre aspas porque quem a comanda hoje (na maioria dos eventos é o google).

Enfim, a tarefa até que foi simples porque lembrei de uma singela lembrança que postei no facebook quando soube de seu falecimento sobre um joguinho de trocar letras on-line tipo scramble que esse meu amigo adorava passar seu tempo vago jogando.

Achei a tal da publicação e lembrei mais ou menos a data não é precisa, mas isso também não importa. O que importa é o que um dia a Ju me falou de um pai de um paciente que morreu de câncer e o maior medo dele – lagrimas escorrem do meu olho nesse momento, pausa volto depois de me recompor – era o de esquecer.

E não sei dizer o porque mas ontem lembrei do Naffer algumas vezes durante o dia, como minha memória de curto e médio prazo é quase inexistente quem me deu um toque sobre isso foi a Ju - Ou... você já falou do Naffer umas 4 vezes hoje! – dai eu tentar lembrar se fazia um ano que ele tinha falecido ou mesmo descobrir o porque da memoria ativada, não faz uma ano, faz um pouquinho mais, pelo que consegui resgatar ele deu baixa em 22 de março de 2014... ai só sobrou o que realmente importava, o não esquecer.

Me lembro apenas da ultima lembrança que tive ontem (não falei que minha memoria é péssima) enfim, foi a de um dormindo a noite antes de sair de carro para ir a algum lugar. Fazia alguns anos que já isso não mais acontecia na minha vida; resumindo, costumava trabalhar nas madrugadas de quarta para quinta-feira (mesmo tendo trabalhado na quarta e ter jornada normal na quinta, 11 horas de descanso entre as jornadas é para os fracos – ossos do óficio como diria o seu Irá) e num dado momento depois de algumas modificações e ajustes na estrutura da equipe ficamos só eu e o Naffer realizando essa magnifica tarefa. Eu ia pra casa normalmente na quarta feira, dormia um pouco mais cedo que o habitual e acordava umas 2:30 para ir trampar, comia alguma coisa, separava besteiras e um suco de caixinha ou similar, pegava o maço de Marlboro a chave do carro, descia até a garagem (sempre com as luzes acesas) e dirigia 20 minutos pelo planalto central quase sem ninguém nas estradas, ligava pro Naffer na descida do Carrefour (com comando de voz) avisando ele que eu estava chegando em 5 minutos. Eu nunca me atraso, não precisava ligar, ele sabia que eu estaria lá na portaria do condomínio dele na hora marcada 5 pras 3 (la vem novas lagrimas, acho que devo ter parado cedo demais de tomar o remédio de depressão, ou deve ser normal quando a gente lembra que nunca mais vamos ver alguém), conversa de nada novo, do tipo e ai bastante frio , essa chuva que não passa ou essa seca ta brava esse ano, ou mesmo alguma coisa que ele falava de futebol e eu só balançava a cabeça afinal nunca me interessei ou entendi algo desse universo, o Naffer curtia o tal do Futebol, não tanto quanto o Thyago Luiz mas gostava bastante, sempre dava um jeito de ir trampar com alguma camisa de time de futebol que ficava apertando a pança de leve. 5 minutos depois já estávamos no imponente complexo central de tecnologia do conglomerado do Banco do Brasil, vulgo, sede IV. Revisavamos os “check-list” do que tínhamos que fazer, uma analisada ou outra de ultima hora em algum pedaço de código que tenha gerado dúvida (como não lembro, mas sinto que nunca encontrei nenhuma merda digna de nota que ele tenha feito, exceto não comentar nada dentro do código, mas que com o tempo e muita encheção de saco ele começou a fazer isso e até hoje posso dizer que está entre os 5 melhores analistas/programadores que já conheci) e ficávamos aguardando a baixa no TIM e o newcopy para acompanhar se deu tudo certo ou se tínhamos de sair ligando pra Deus e o mundo pra dar newcopy na mão ou recompilar tudo de novo com a versão antiga e sair pra prancheta analisando o que deu errado (algumas vezes voltamos pra prancheta e não achamos o erro, baixamos a versão de novo na outra semana e magicamente dessa vez funcionou... lembrei aqui de uma exit do cics do ICSF que não voltava nunca se a compilação não fosse estática... até hoje não sei se já arrumaram isso), voltando ao mineiro quieto que como diria o Leandro muito quieto demora pra responder porque enquanto ele pensa ele esta localizando dentro da memoria dele o código do label (o programa era tão doido que nem section tinha, e os labels tinham código tipo o K200 que ia lá no AMOA procurar o registro uma vez que não achamos no log (nossa eu também ainda lembro!) e não cabia na AWS do roscoe de tanta linha que tem, enfim, o cara manjava, muito do negocio!

Nos nossos churrascos sempre na dele, quietão conversando com um ou outro, circulando pelas rodinhas, bebia moderadamente e costumava voltar de taxi sempre, seilá porque mas como ele era extremamente reservado devia ser algum trauma de andar com motorista bêbado ou seilá, acho que essa é a mais provável, trauma, uma vez que ele não dirigia. Devo ter perguntado alguma vez o porque ou alguém deve ter me contado, mas olha ai, não lembro, esqueci... que merda!... Gostava bastante também de falar de filmes velhos (seilá o que é velho hoje, mas uma vez me arrisquei a pegar um que o Aldisio tinha emprestado pra ele - ledo engado esse DVD da NetMovies deve ter sido extraviado! – nossa esse foi outro mercado que surgiu muito rápido e desapareceu mais rápido ainda (aluguel de filmes por “courrier”) – enfim, os dois haviam falado extremamente bem do filme e tal do ator, do carro, do enredo, resumo da ópera, filmão! Filmão porra nenhuma, puta filme tosco do caralho... spoiler alert - um cara que rouba um carro, sai fugindo pelos estado unidos e se mata no final batendo o carro contra uma barricada da policia, infelizmente, fica aqui meu pedido de desculpas, mas não lembro o nome do filme e não tenho certeza se ele roubava o carro ou se o filme já começava com ele no carro e nem ficamos sabendo qual o crime que ele cometeu ou mesmo o porque de estra em fuga. Talvez quando eu fique velho, fale isso pra molecada de algum filme que achei o máximo (tipo matrix) e eles tenham essa mesma impressão.

Ele estava sempre matutando alguma coisa pra implementar de melhoria no sistema... suas sacadas e tiradas de sarro eram sutis e palavrões nunca eram proferidos, exceto em situações extremamente tragicomicas do tipo de alguém vir com um problema daqueles que já ficou mais de semana tentando resolver e senta do lado dele explica tudo e ele só prestando atenção e anotando uma ou outra coisa em sua companheira inseparável folha de papel A4 ininteligivel para outros humanos, depois de algum tempo e de analisar o código (sempre em silencio) ele vira e pergunta, você fez tal coisa no código ? (ele já sabia a resposta, era sempre uma pergunta retórica) sempre a resposta era ou que fez ou que não fez (afinal não existe outra possibilidade para essa resposta, se respondesse não sei ou não lembro não estaria trabalhando na nossa equipe, quer dizer, não lembro eu respondia direto, mas ia rapidinho procurar e voltava com a resposta (essa daqui aprendi com o Perez!). E depois da resposta que vinha o bordão clássico, então é ai que fudeu!

Agora deixa eu ir dormir que são 5 da manhã, qualquer dia continuo, se não continuar fica aqui uma pitada de lembrança pra essa cuca que não lembra muito bem das coisas.

sábado, 6 de junho de 2015

livro livro porks - O dia do dumont

 

O Dia do Dumont


Estavam planejando a ida a um rodeio desde que entraram na faculdade, mas havia uma impossibilidade técnica e financeira que os impediu de irem juntos no primeiro ano de faculdade, o que fez com que a vontade ficasse sufocante, esperando o momento certo para poderem sacia-la.


O tão esperado dia se aproxima, rodeião em Americana, show do rio Negro e Solimões, convites na mão, Julio com a carta de motorista, lá se vão eles (Julio, BJ, Paragua, Pornô) saíram cedo para terem certeza de não perderem nada da festa tão esperada.


O Julio passa em barão e pega a molecada, que estavam reunidos no Quartel General (a casa do BJ), pegam a dom Pedro sentido anhanguera, ao pegarem a anhanguera, Julio se vira aos demais e comenta que esquecera de cagar antes de sair de casa e que estava com muita vontade, não deu pra segurar, seta acionada pra esquerda, carro parado, pisca alerta se acende o comentário é geral, ele não vai fazer isso... Mas como sempre o que se pensa acontece, mesmo sendo o pior, os caras fazem!!!


O BJ estava de co-piloto, o Julio do lado de fora vira pra ele e fala o procura uns papel ai! O BJ não quis entender ou escutar o que o Julio estava dizendo, então o paragua da uma ajuda e acha aqueles panfletos de propaganda de imóveis dado nos semáforos e passa pro colega em apuros. Caminhões e ônibus passam, pela estrada e buzinam piscam luzes gritam xingam e os pork´s do lado de dentro do carro se esbugalhando de rir da posição do Julio agachadinho passando um folder de um apartamento de 3 quartos na bunda.


Depois das necessidades fisiológicas do motorista satisfeitas seguiram para o destino certo. Ao chegarem no rodeio abandonam o carro no estacionamento e partem em destino a entrada do tal rodeio. Descem para a arena, o show ainda não havia começado e para não perder tempo nem costume a caçada se inicia.


O Bj naquela época achava que se fosse mulher e fizesse sombra dava pra encarar, o Julio era adepto da mesma teoria, já o toro estava meio pra baixo, mas o que viesse seria lucro, o Paragua tava pronto pro que der e vier. Começam a analisar as garotas da arena e acham duas tampas perdidas a procura de alguém, como sempre muito solícitos vão para o encontro o Bj e o Julio o Paragua e o toro ficam no local zero só analisando a atuação dos companheiros, a atuação foi bem sucedida, as escrotas eram incataveis em condições normais de operação, como estavam fora dessas condições, vale tudo.


Em poucos momentos retornam para o ponto zero para serem aloprados pelos que ali ficaram e não se atreveram a tal peripécia. Risadas a parte, não poderiam faltar os dedos de checada de óleo na cara pra manter a tradição e os comentários de como estava a vontade das garotas. O paragua sai com o toro para comprarem cerveja, estavam a muitos minutos sem álcool novo, uma facada a cerveja 2 real a latinha (duas notas de 1, naquela época ainda não existia um Noronha), eis que cada um compra duas e vão de encontro aos demais.


O toro retorna ao ponto zero, e o bj e o Julio perguntam cadê o paragua, boa pergunta responde o toro, eles estavam voltando juntos e o toro se distanciou muito do paragua que ao invés de ir atrás ou voltar ao ponto zero resolve sair em sua empreitada em busca do sucesso.


Nesse ponto da historia o show já havia começado e a arena estava como um formigueiro não dava mal para andar no meio da muvuca, os três cavaleiros continuam a curtir com a mulherada que pasava por ali e nem se deram muita importância para o sumisso do companheiro paraguaio.


Em sua empreitada, paragua logra êxito com duas cervejas na mão, sempre muito cavalheiro vê ao longe mas olhando em sua direção uma beldade de mulher, uma moca com não mais que 25 anos, sentiu na hora que seria ela, assim o fez, dirigiu-se até a garota conversa vai e vem a cerveja que estava fechada é aberta, as musicas rolam a cerveja acaba, no meio daquele monte de gente pouca coisa era clara, só deu para perceber que a garota foi olhar para o palco tentando ver o show e foi tempo mais que suficiente para o Paragua sumir.


Retorna paragua ao ponto zero e fica igual ao nada uns 5 minutos sem os caras perceberem que ele havia retornado, eis que ele vira pro lemao e pergunta:


  • O lemao, que horas são ?

  • Seilá paragua, não to de relógio...


O paragua não satisfeito vira pro bj e pergunta:

  • O Bj, que horas são ?

  • Num sei cumpadi, deixei meu relógio em casa...


Inconformado com a resposta dos cara, insiste mais uma vez e vira pro Julio e pergunta mais uma vez, esperando uma resposta diferente desta vez.


  • O Julio, que horas são ?

O Julio com todo seu jeito delicado de ser, se vira pro paraguai e lança:

  • Caralho paragua, pra que se quer saber que horas são, porra, to sem relógio.

Mas os cara não tavam entendendo e o paragua pergunta mais uma vez, vocês não sabem que horas são ? em coro respondem : - Não sabemos caralho !!! ai o Paragua viu que prendeu a atenção dos demais e me lança esta daqui:


  • Pergunta pra mim, pergunta pra mim que horas são .


Os cara pensaram que viria alguma daquelas bosta de criança ou de bêbado no estilo do papai papudo 5 pra daqui a pouco, algo nesse naipe. Mas o que se sucedeu foi uma cena indescritível. De verem que o paragua queria muito que perguntasse que horas são o bj vira pra ele e pergunta ta bom paragua que horas são, e ele chama o bj de canto que retorna cambaleando de tanto rir, o toro e o Julio nao entendem nada e vão perguntar pro bj o porque de tanto riso, o bj mal conseguindo respirar, soh disse assim: “- Cara, não acredito nisso.” Ai o toro vira-se pro paragua e pergunta, que ta pegando ? que , que , que horas são ?


O paragua vê que é a hora não poderia ser a mais propicia para colocar na roda que horas são, e ele disse que horas eram, ou melhor, mostrou que horas eram, retirando do bolso de sua calca uma pulseira prateada com o fecho aberto, faltando alguns gomos e no final dessa pulseira encontrava-se as horas, um relógio Dumont que havia ganho de guento da mina que ele tinha embrulhado.


Ninguém conseguiu agüentar, essa é uma das historias por nos vividas e que mias se discipou entre os conhecidos e desconhecidos e quem quiser ter a prova do crime é só dar uma passada em são Paulo e trocar uma idéia com a mãe do paragua e perguntar a marca do relógio de de pulso que ela usa no momento, e de quebra ainda pode perguntar quando ela ganhou o presente do seu filho Laslo. Deixa eu dizer aqui, vai que algum retardado vai perguntar pra ela... Depois de uma passadinha num relojoeiro e duma pulseira nova foi um ótimo presente de dia das mães.